Vladimir Chagin colocou, mais uma vez, a fasquia muito alta: o vencedor do seu sexto Dakar em 2010, que ganhou também nove das 13 especiais e aumentou o seu total de vitórias em etapas para 56 na sua carreira. Enquanto isso, os seus companheiros de equipa garantiram que a Kamaz obteria o melhor tempo no resto dos sectores cronometrados. Mais uma vez o russo terá que defender seu título contra um grupo de concorrentes bem robusto.
Na sequência de um acidente grave no centro de testes em Clermont-Ferrand o camião número 500 teve de ser levado de volta para Naberezhnye Chelny (República do Tartaristão, na Rússia) antes de ser transportado por via aérea para a Argentina, em vez de um agradável travessia de navio, ao longo do Atlântico. Apesar de tudo, Vladimir Chagin continua a ser o homem a ser batido na categoria dos grandes camiões. E a ideia de um sétimo título, que o colocaria no topo da lista dos maiores vencedores de todos os tempos, é algo que o "czar dos desertos" gostaria muito de realizar. Mas na equipa Kamaz, os estatutos foram evoluindo por força das circunstâncias. O segundo piloto da equipa, Firdaus Kabirov, em duas ocasiões mostrou-se o suficiente para salvar a honra da equipa, quando venceu (em 2005 e 2009). Agora, toda a gente sabe também do talento do "Júnior czar", que poderá ser capaz de mudar a hierarquia na equipa dos grandes camiões azuis. Edouard Nikolaev, de apenas 26 anos e que se sentou ao lado de Chagin ano passado, terminou a sua aprendizagem: em Setembro ele venceu o Rally Silk Way e agora vai conduzir seu próprio camião, pela primeira vez no Dakar.
Mas o domínio Kamaz pode estar perto do fim, pois a concorrência será muito forte. O regresso de Gerard De Rooy, que tem estado de fora devido aos ferimentos sofridos no Rally Rota da Seda em 2009, será um factor muito importante a ter em conta na categoria. O holandês está muito motivado para enfrentar e derrotar o contingente russo. O filho de Jan De Rooy teve ainda tempo para treinar o espanhol Pep Vila, à maneira dos holandeses, que irá conduzir o segundo Iveco. O terceiro Iveco da equipa está entregue a Hugo Duisters.
Não menos ambicioso, o piloto checo Ales Loprais continua a sua busca e vê-se como o defensor do record do seu tio Karel. O piloto da Tatra traz consigo Josef Kalina, que se sentou ao lado de Karel durante o histórico período de vitórias na década de 1990, como o terceiro homem na cabine. Para os lugares do pódio também estão na mira outros pilotos que não têm sido favoritos, mas que são capazes de performances muitos fortes. Um exemplo é Marcel Van Vliet (MAN), terceiro em 2010 ou Wulfert Van Ginkel (Ginaf) e ainda a família Sugawara, que estará de volta em 2011 com dois camiões Hino.
Foto: Marcelo Maragni /www.webventure.com.br
