domingo, 18 de abril de 2010

Nuno Matos abandona a 15 km do fim quando era 2º da classificação geral


- Final inglório para o piloto de Portalegre numa prova em que esteve muito perto de fazer história
- Desistência fica a dever-se à quebra dos pernos da roda traseira esquerda da Isuzu -Max
- Campeão Nacional de T2 liderava destacado a categoria e secundava Miguel Barbosa


De regresso às competições nacionais após o duplo terceiro lugar brilhantemente conquistado nas bajas da Rússia e de Itália, Nuno Matos e Filipe Serra ficaram hoje a escassos 15 quilómetros de fazerem história no regresso ao Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno. Com efeito, a dupla do Cetelem | Fedima | Team parecia ter tudo a seu favor para juntar ao triunfo na categoria T2 um estupendo segundo lugar da geral ou, quem sabe até mesmo, a vitória final neste Ervideira Rali TT... Porém, o sonho viria a desmoronar-se a escassos 15 km da meta, quando se partiram os pernos da roda esquerda traseira da Isuzu D-Max, impossibilitando a equipa de prosseguir em prova. À altura, o Campeão Nacional de T2 seguia com mais de 2m02s de vantagem relativamente a Lino Carapeta, o vencedor final deste surpreendente rali…

É o que se costuma dizer “ter o pássaro na mão e deixá-lo fugir”… Indiferente às adversas condições em que a prova alentejana se disputou, com a chuva a deixar o terreno bastante lamacento e traiçoeiro, Nuno Matos cedo se assumiu como uma das figuras do Ervideira Rali TT, primeiro ao dominar a categoria T2, e depois ao conseguir imiscuir-se na luta pelos lugares cimeiros da geral, habitualmente só ao alcance das mais rápidas equipas do Agrupamento T1.

Fechando o primeiro dia em sétimo lugar da geral absoluta, e com a vice-liderança ao nível dos T2, o portalegrense, como sempre acompanhado por Filipe Serra, entrou decidido a recuperar o comando da categoria logo no sector inaugural de hoje, num total de 150 km cronometrados. E se bem o pensou, melhor o fez, deixando logo aí o seu mais directo perseguidor a mais de 4m de diferença, logrando ainda subir uma posição em termos de geral (6º), imediatamente atrás do Mitsubishi do francês Nicolas Misslin.

Mas as muitas incidências da corrida produziriam ainda mais alterações no topo da classificação geral durante o segundo e decisivo sector, especialmente no último terço do percurso. Embora já algo limitada pelo facto do motor da Isuzu D-Max não ultrapassar as 3.000 rpm – “tivemos que parar cinco vezes no percurso porque o carro entrava em modo de segurança!” – a verdade é que a dupla do Cetelem | Fedima | Team colocava-se surpreendentemente na vice-liderança do rali a pouco mais de 25 km do final.

O pior, contudo, estava ainda para acontecer: “A sensivelmente 15 km da chegada, e sem que nada o fizesse prever, os pernos da roda traseira esquerda pura e simplesmente partiram”, explica, desolado, o piloto.

“É um sentimento difícil de explicar, sobretudo quando faltava tão pouco… Estivemos realmente muito perto de alcançar um resultado histórico, mas a exemplo do que aconteceu a outras equipas, também nós acabámos por ser vítimas do azar. De qualquer forma, e mesmo tratando-se de uma desistência que tão cedo não esquecerei, acho que só podemos sair daqui de consciência tranquila e orgulhosos com tudo aquilo que fizemos. Num rali duríssimo, a lembrar as bajas de Portalegre de há 20 anos, conseguimos estar sempre entre os mais rápidos, aproveitando as condições do terreno para de alguma forma minimizar as diferenças de potência para carros bem mais performantes”, enfatizou.

Mantendo inalterado o objectivo de lutar este ano pelo título da Taça Internacional FIA de Bajas, competição que lidera isolado ao nível da categoria T2, Nuno Matos espera vingar este desaire já no próximo Rali TT Vodafone Estoril-Marrakesch, na estrada entre os dias 5 a 13 de Junho.