sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

CRN Competition cumpre objetivo e leva pilotos até Buenos Aires

Pilotos tiveram um desempenho notável e repetiram feito de 2011 

Os dois pilotos portugueses inscritos pela CRN Competition no Dakar 2017 onde competiram aos comandos de motos Yamaha WR450F na Classe Super Prodution, conseguiram terminar aquela que é a mais exigente maratona de todo-o-terreno do Mundo. Fausto Mota e Rui Oliveira, que já tinham competido e sido bem-sucedidos em 2011, chegaram a Buenos Aires, na Argentina, depois de ultrapassadas inúmeras dificuldades encontradas nesta edição de 2017, com particular destaque para um problema de saúde que quase ia impedindo Rui Oliveira de chegar ao fim. Para trás ficou o colega e companheiro de equipa, o espanhol Oscar Romero, que foi forçado a desistir devido a problemas mecânicos registados na 8ª etapa deste rali, quando ocupava uma excelente 38º posição.

  O início da mítica maratona 

A chegada a Assunção marcou o início daquela que é uma das mais míticas maratonas internacionais de todo-o-terreno. Rui Oliveira revela que foram “muito bem recebidos” e Fausto Mota acrescenta que “aproveitaram para fazer os últimos preparativos na mota e para ter um primeiro contacto com o Paraguai”. Os pilotos CRN Competition optaram por um início de prova tranquilo para “não comprometer os resultados de uma competição que se afigurava longa e este ano, especialmente dura”. Qualquer erro poderia comprometer a sua prestação.

  Altitude não condicionou equipa 

A passagem para a Bolívia, na 4ª etapa, que marcou o início da competição em altitude, correu de feição à equipa que sentiu somente algumas diferenças no desempenho da mota. “A verdade é que a altitude não nos afetou em demasia. Temos que agradecer os conselhos de alguns amigos com experiência em altitude”, refere Fausto Mota.

  Etapas anuladas obrigaram a esforço extra 

E se as etapas em altitude não foram um problema para a equipa o mesmo não se pode dizer das etapas anuladas que obrigaram a fazer ligações de noite, com muito pó, juntamente com os camiões de apoio, o que se tornou muito perigoso. Para Rui Oliveira e Fausto Mota a anulação da sexta e nona etapas “obrigou a um esforço extra e revelaram-se muito duras, para nós que tínhamos apostado na regularidade” Muitos quilómetros, em ligações feitas de noite, juntamente com os camiões de apoio e com muito pó, revelaram-se perigosos e prejudicaram o nosso desempenho desportivo, já que assumíamos a aposta na regularidade como um dos principais objetivos”. Ainda na Bolívia, em La Paz, a equipa gozou o dia de descanso no qual “aproveitámos para fazer uma revisão às motas”, como refere Rui Oliveira, que implicou “verificar a qualidade do motor das motas, se seria ou não necessário trocar os mesmos, mas chegámos à conclusão que estavam em perfeitas condições”, acrescenta Fausto Mota.

  A garra e a determinação que se lhes reconhece 

A saúde atraiçoou Rui Oliveira que cumpriu as últimas etapas já demonstrando sinais evidentes de doença. Indisposto e sem forças o piloto cumpriu os últimos quilómetros desta dura competição. “Foi muito difícil, sofri bastante, perdi as forças e tinha vómitos. Foram dias muito complicados mas nunca perdi a garra e força de vontade de terminar a competição. Agradeço à médica da X-Raid que me ajudou a recuperar”. A esta equipa que apostou na regularidade valeu-lhe a excelente estrutura e o trabalho para um objetivo comum. “Além disso somos amigos e estávamos focados na mesma missão, o que ajudou bastante”, tal como refere Rui Oliveira.

  Um sonho realizado 

A CRN Competition conseguiu terminar o Dakar, num ano especialmente duro e marcado por muitas desistências. São muitos a quem devo agradecer, refere Rui Oliveira, “em especial à minha família que teve de suportar um ano de ausência, o que nem sempre foi fácil. Agradeço também aos meus patrocinadores, ao meu treinador e ao Pedro (Bravuras), meu companheiro de todas as viagens e de muitos e longos treinos realizados ao longo do ano”. Fausto Mota, reforça os agradecimentos à família e patrocinadores, bem como “a todos os amigos que me apoiaram e ao Pedro Oliveira pela dedicação ao projeto”.

E o futuro.... 

Ambos referem que agora se vão dedicar à vida profissional e deixar o tempo decidir, mas deixam a promessa para que contemos “com algo desafiador”.