segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Carlos Sousa (7º) conquista resultado histórico para a chinesa Great Wall
Publicado em segunda-feira, janeiro 16, 2012
- Carlos Sousa despediu-se do Dakar 2012 com um quinto lugar na curta especial de 29 km que levou os “sobreviventes” desta edição até à capital peruana, onde pela primeira vez foi celebrada a chegada do maior rali do mundo. Repetindo os feitos de 2005, 2006 e 2007, o mais consagrado piloto nacional de todo-o-terreno concluiu esta sua 13ª participação num excelente sétimo lugar da geral e como melhor representante luso da competição automóvel. De resto, e superando as melhores expectativas na estreia com a sua nova equipa e a o volante de um SUV Haval, ofereceu à Great Wall a melhor classificação de sempre de um construtor chinês na prova. O futuro desta ligação talvez apenas comece aqui…
Ponto final na 33ª edição do maior e mais difícil rali do mundo. Após 15 dias de corrida e quase 10 mil km de percurso entre a estância argentina de Mar del Plata e a capital peruana Lima, o pódio instalado na histórica Praça das Armas recebeu hoje os heróis do Dakar 2012, entre os quais o piloto português Carlos Sousa, melhor representante luso na corrida automóvel e o principal responsável por oferecer à Great Wall Motors o melhor resultado de sempre de um construtor chinês na prova.
Repetindo os feitos de 2005, 2006 e 2007, Carlos Sousa concluiu a sua 13ª participação num Dakar na sétima posição da geral, ficando agora dependente do resultado ao apelo interposto por Robby Gordon, após as irregularidades técnicas detetadas no seu Hummer, para eventualmente igualar o sexto lugar também conseguido em 2010.
Com o sentimento de dever cumprido e a plena convicção de que seria impossível fazer melhor, Carlos Sousa cumpriu a promessa de regressar em excelente forma ao Dakar, após um ano de ausência forçada, e de conduzir uma das mais jovens e inexperientes equipas do pelotão automóvel ao primeiro plano internacional.
“Face à juventude deste projeto e às várias condicionantes que envolviam esta participação – como estar parado desde abril e ter testado o carro apenas três dias, em Marrocos –, é evidente que só posso estar muito satisfeito com este resultado. Cumpri a promessa de concluir a prova no top-10 e sei que dei todos os dias o meu melhor ao longo destas duas semanas. Nem sempre foi fácil, porque também tivemos alguns percalços, especialmente nas duas primeiras etapas no Peru, onde acumulámos uma série de problemas e um atraso superior a duas horas. Costumo dizer que no Dakar é habitual ter-se um dia mau… Só que desta vez tivemos dois consecutivos! Com um pouco mais de sorte, acho que poderíamos estar hoje um lugar acima na geral. Mas o Dakar é mesmo assim e o importante é que a equipa está muitíssimo satisfeita com o resultado, que realmente excedeu as melhores expectativas de todos os seus responsáveis”, resumiu Carlos Sousa após a consagração no inédito pódio instalado em Lima.
Regular e consistente, apesar da arreliadora gripe que o limitou durante a primeira semana e os sintomáticos problemas com a refrigeração do motor e a afinação do seu SUV Haval, Carlos Sousa chegou ainda a temer uma desistência já perto do final, em face da lesão no pescoço diagnosticada ao seu navegador, Jean-Pierre Garcin, que obrigou o francês a cumprir as últimas duas etapas com um colar cervical.
“Passámos por situações algo insólitas neste Dakar, mas que ajudam a reforçar ainda mais o mérito deste resultado. Em todo o caso, acho que evidenciámos o enorme potencial que este projeto pode vir a ter no futuro caso a equipa decida investir um pouco mais na preparação do próximo Dakar e na resolução de alguns problemas de base do próprio carro. Mas esta é uma decisão que caberá sobretudo à marca”, revelou ainda Carlos Sousa, na véspera de festejar o seu 46º aniversário e também de se reunir com o vice-presidente da Great Wall Motors para discutir o futuro e uma eventual renovação do seu contrato.
“Independentemente do que possa reservar o futuro, sinto que já contribuí para que o desporto mundial ganhasse mais um construtor interessado em investir no automobilismo e em se promover internacionalmente através do Dakar”, concluiu o piloto, que regressará a Portugal apenas no próximo dia 23 de janeiro.
GERAL – FINAL
1º
Peterhansel/Cottret
MINI
38h54m46s0
2º
Roma/Périn
MINI
a 41m56s
3º
De Villiers/Von Zitzewitz
Toyota
a 1h13m25s
4º
Novitskiy/Schulz
MINI
a 2h11m54s
5º
Gordon/Campbell
Hummer
a 2h16m53s
6º
Alvarez/Graue
Toyota
a 4h05m52s
7º
SOUSA/GARCIN
GREAT WALL
a 4h30m24s
(…)
20º
ZHOU/MAIMON
GRAT WALL
a 17h36m14s