O cancelamento da BAJA TT do Clube Automóvel do Algarve e as posteriores alterações introduzidas no regulamento do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno por parte da Direcção da FPAK retiram desde já qualquer possibilidade de Nuno Matos poder lutar pela reconquista do título nacional do Agrupamento T2 em 2010.
Apesar de não ter sido o objectivo principal estipulado para esta época, pois decidiu centrar todos os esforços na Taça Internacional FIA de Bajas, a verdade é que Nuno Matos foi acumulando a presença nas provas do calendário nacional com as suas participações internacionais.
Embora respeitando as razões apontadas pelo Clube Automóvel do Algarve para cancelar a sua prova e, por outro lado, reconhecendo as poucas soluções que restavam à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) no momento de actualizar o regulamento do CPTT 2010, o facto é que Nuno Matos acaba por ser altamente penalizado à luz destes acontecimentos.
Por exemplo, e ao contrário do que sucederá com a maioria dos seus adversários, o piloto do Cetelem | Fedima | Team fica agora impedido de disputar a totalidade das seis provas que designou para pontuar no início do ano, conforme o estipulado no regulamento do CPTT 2010.
Uma situação que a FPAK salvaguardou ao nível da classificação geral do Campeonato Absoluto, reduzindo para cinco o número de provas pontuáveis. Contudo, estranhamente não o fez ao nível dos agrupamentos. Assim, além de retirar a possibilidade ao piloto portalegrense de lutar pela renovação título, reduziu também drasticamente as suas hipóteses de aspirar a um lugar no pódio final do agrupamento que estava perfeitamente ao seu alcance.
Recorde-se que face à sua decisão de disputar, este ano, e pela primeira vez, a Taça Internacional FIA de Bajas, Nuno Matos não teve outra alternativa senão abdicar logo das duas primeiras provas do CPTT, respectivamente o Rali TT Serras do Norte e a Baja TT Terras d’el Rei. “Infelizmente, nem posso dizer que foi por uma qualquer opção táctica, antes porque a Baja da Rússia se disputava apenas cinco dias após o final do Serras do Norte, enquanto a Baja Itália era mesmo coincidente com o Terras d’el Rei”, lembrou.
“Mas seja porque motivo fosse, essa foi a minha decisão. Aceitei as regras e fui a jogo a partir da terceira prova do calendário, sabendo que teria as mesmas hipóteses de lutar pelo título que os meus adversários. Pelo menos, até hoje… Sem poder voltar atrás, e face ao cancelamento da Baja do Clube Automóvel do Algarve, constato que fico automaticamente afastado da luta pelo título, tendo apenas mais duas hipóteses de pontuação, e nenhuma possibilidade de substituir a baja em falta. Ou seja, e ao contrário dos meus adversários deste agrupamento, apenas participarei em cinco das seis provas nomeadas, tendo assim menos uma hipótese de pontuação. O suficiente para ficar já matematicamente impedido de lutar até ao fim da época pela revalidação do título nacional de T2”, como constata o piloto de Portalegre.
“Admito, e sou o primeiro a reconhecê-lo, que já seria difícil aspirar ao título, sobretudo após o nosso infortúnio na prova de Reguengos de Monsaraz. Mas acho sinceramente que demonstrámos ao longo do ano andamento para acreditar que poderíamos vencer as três provas que restavam. Era, por isso, legítimo manter o sonho, tanto mais que só eu e mais dois adversários da categoria T2 escolhemos a baja que foi agora anulada para pontuar. De futuro, julgo que seria importante acautelar estas situações, assegurando que todas as provas anunciadas se vão efectivamente realizar, sob pena de vermos esta disciplina descredibilizada e ferida de algo tão fundamental como a verdade desportiva ou o princípio de igualdade entre pilotos”, conclui Nuno Matos, em jeito de desabafo.
Recorde-se que o actual líder da Taça Internacional FIA de Bajas está em já contagem decrescente para o início da segunda e decisiva metade deste calendário, estreando-se na Baja Espanha Aragon entre os próximos dias 23 a 26 de Julho.
