quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Dakar 2011 cada vez mais longe de Portugal


Agora que finalizou a edição de 2010 do Dakar, começa a aumentar a expectativa face ao que a organização deste rali tem para revelar face aos planos para 2011. Já há algum tempo atrás, que João Lagos, da Lagos Sport - o parceiro Português da ASO - disse, que uma vez que o rali regressasse a África , o ponto de partida voltaria a ser Portugal. Também outras vozes se manifestaram confiantes no regresso a Portugal, dando mais algum ânimo aos fãs.
No entanto esta hipótese , vai gradualmente perdendo força, e será realmente díficil que o rali regresse ao ponto de onde deveria ter partido em 2008. São múltiplas as razões para o efeito, começando desde logo pelo motivo que levou à anulação da prova há 2 anos atrás. De facto os problemas dos grupos armados na Mauritanea persistem, e a mais recente vitima destes grupos foi o Rali Budapeste Bamako, um rali de cariz solidário, e que nem mesmo assim irá além de Agadir. A Organização desta prova tinha previsto etapas na Mauritanea e no Mali, e foi forçada a anulá-las em virtude de um sério aviso emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Hungria. Com estes acontecimentos, fica descartada a rota mais tradicional do Dakar, cruzando as areias da Mauritanea rumo Dakar e logicamente também a partida de Lisboa.

Por outro lado, Etienne Lavigne já disse que recebeu convites da Tunisia, da Líbia e do Egipto para que o Dakar percorresse estes países, por norma muito mais seguros que os estados mais a sul. Além disso o tipo de pistas encontradas em toda esta região parece ser do agrado senão de todos, pelo menos de alguns pilotos. Existem mesmo quem indique como local provável de partida do Rali poderá ser uma cidade Europeia, mas bastante longe de Portugal.

A juntar aos dois factores atrás enunciados, temos ainda a firme vontade demonstrada quer pelo Governo do Chile, quer da Argentina em que o rali se mantenha nestas paragens. Nestas duas ultimas edições foi impressionante a adesão popular ao rali, e até em certa medida a adesão dos pilotos superou as expectativas, pois a distancia e os custos limitam muito as participações, pelo menos dos europeus. Também a exposição mediática de uma prova desta evergadura deixou entusiasmados os governantes, que logicamente agora não querem perder este trunfo que deu visibilidade mundial a ambos os países.

Segundo Lavigne, " Vai ser uma escolha terrível. Temos que meter sobre a mesa todos os elementos de decisão que nos permitirão saber o que vamos fazer no futuro. Os critérios de decisão serão os mediático, o número de participantes, e o impacto económico". Não deverá ser descurado pela organização a capacidade demonstrada quer pela Argentina, quer pelo Chile, em oferecer condições de segurança á prova, coisa, que dificilmente os países Africanos conseguirão rivalizar.

Fonte: todoterreno.pt