sábado, 2 de janeiro de 2010

Carlos Sousa em crescendo na primeira especial a sério


11º lugar na especial que abriu hostilidades do Dakar 2010. Pó na parte final prejudicou resultado final

Falhando uma presença no top-10 final por escassos 14 segundos, Carlos Sousa completou hoje, ao final da tarde, a primeira especial a sério do Argentina-Chile Dakar 2010, num total de 199 quilómetros cronometrados. Limitado pela menor velocidade de ponta do seu Mitsubishi, o português perdeu bastante tempo na fase inicial do percurso. Chegando ao penúltimo CP a apenas 1 segundo do 8º classificado, viu-se depois prejudicado pelo pó de um concorrente mais lento nos quilómetros finais…

Afastado da competição desde o passado mês de Junho, Carlos Sousa regressou hoje à acção para disputar a primeira especial cronometrada do Argentina-Chile Dakar 2010, numa etapa bastante rápida e traiçoeira que levou os concorrentes desde Cólon até Córdoba.

Apesar do muito calor que hoje se fez sentir na Argentina, a Organização foi obrigada, logo pela manhã, a proceder à primeira alteração no percurso deste Dakar, amputando os primeiros 52 km da especial por motivos de segurança, já que várias zonas do percurso estavam alagadas devido a inundações. Assim, dos 219 km inicialmente previstos, apenas foram disputados os últimos 199 km.

Infelizmente para Carlos Sousa, os primeiros quilómetros a sério deste Dakar 2010 foram algo penosos, com o piloto a sentir algumas dificuldades para se concentrar e entrar de imediato no ritmo: “Foi o primeiro contacto com o carro após vários meses de inactividade e pela frente tivemos logo um tipo de traçado extremamente rápido, a exigir alguma confiança no carro. Mas pior foi constatar o resultado prático das limitações que nos foram impostas a nível de restritor, pois mesmo com o acelerador a fundo não conseguimos ultrapassar os 170 km/h de ponta, quando os nossos adversários directos chegaram a atingir velocidades na ordem dos 190 km/h”, começa por explicar Carlos Sousa.

Sem surpresa, o piloto chegou a estar afastado do top-20 nos primeiros parciais, só se conseguindo aproximar dos mais rápidos na parte técnica do traçado: “A partir do meio da especial, sinto que já não perdi tanto tempo e o carro revelou um comportamento irrepreensível. Cheguei a estar a apenas um segundo do oitavo à passagem do penúltimo CP, mas acabei depois por perder algum tempo nos dez quilómetros finais, porque entrei no pó do concorrente que partiu à minha frente. Achei que não valia a pena arriscar porque já estávamos muito próximos do final. Mas a verdade é que terei perdido uma ou duas posições à geral”, lamentou o piloto à chegada.

Numa etapa dominada pelos Diesel das equipas oficiais da X-Raid e Volkswagen, Carlos Sousa registou o 11º lugar absoluto, a 7m22s do vencedor, concluindo a tirada exactamente com o mesmo tempo que o seu colega e patrão da equipa JMB Stradale Off Road, o francês Nicolas Misslin.

“Para primeiro dia, não está mal. O público foi fantástico na estrada e o carro está óptimo a nível de afinações, pouco ou nada havendo a fazer para aumentar a velocidade de ponta, já que o nosso restritor limita-nos em cerca de 25 a 30 km/h face às restantes equipas. A partir daqui, o objectivo é tentar ir subindo de lugares todos os dias, mesmo se a especial de amanhã seja muito semelhante à de hoje”, finalizou.

CLASSIFICAÇÃO - APÓS ETAPA 1

1º Roma BMW 2h11m15s
2º Sainz VW + 2m27s
3º Peterhansel BMW + 2m50s
4º Al Attiyah VW + 3m29s
5º De Villiers VW + 4m31s
6º Gordon Hummer + 4m48s (…)
11º SOUSA Mitsubishi + 7m22s

A ETAPA DE AMANHÃ

Etapa 2: CÓRDOBA - LA RIOJA
Ligação: 56 km
Especial: 355 km
Ligação: 276 km
Total: 687 km


CURIOSIDADE DO DIA


A primeira vez que Carlos Sousa se aventurou num Dakar foi em 1996. Com partida de Granada (30 de Dezembro) e final na capital senegalesa (14 de Janeiro), a prova foi disputada ao longo de 6.179 km cronometrados. Apesar de um valente susto na primeira etapa africana, Carlos Sousa logrou concluir o rali no 12º lugar da geral. Pierre Lartigue venceu nos automóveis e Edi Orioli nas motos.