quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Carlos Sousa cumpriu últimas formalidades antes da partida


Mitsubishi Racing Lancer passou hoje pelas obrigatórias verificações técnicas

O piloto Carlos Sousa e a sua equipa ultrapassaram hoje, ao final da tarde, as últimas formalidades antes da partida oficial da 32ª edição do Argentina-Chile Dakar 2010. Acompanhado do seu co-piloto, o francês Matthieu Baumel, o português precisou de quase três horas para superar todos os rigorosos trâmites administrativos e técnicos. Passo seguinte? Passar amanhã com o seu Mitsubishi Racing Lancer pelo pódio da partida…

Após quatro dias na Argentina, Carlos Sousa teve finalmente um primeiro cheirinho a rali, cumprindo ao final da tarde de hoje, no complexo de La Rural, bem no coração da capital Buenos Aires, as obrigatórias verificações administrativas e técnicas que antecedem a partida oficial do Argentina-Chile Dakar 2010. Dentro de aproximadamente duas semanas, o mesmo local será também palco da chegada dos sobreviventes desta longa e dura maratona, num total de 9.030 quilómetros de percurso, dos quais 4.810 cronometrados e divididos por 14 etapas…

Apesar de perfeitamente familiarizado com o ritual, ou não fosse já esta a sua 12ª participação na prova – embora a primeira no actual figurino sul-americano – o piloto português precisou de mais de três horas para ultrapassar todos os trâmites administrativos e técnicos impostos pela Organização, numa longa e pausada caminhada que apenas terminou já ao início da noite, com a colocação do seu Mitsubishi Racing Lancer em Parque Fechado.

“Está feito”, desabafou Carlos Sousa, já no caminho de regresso ao hotel, a pouco mais de cinco minutos a pé do local onde está montado o palanque de partida. “Foi um dia longo e um pouco stressante, mas tudo correu sem problemas, de acordo com o previsto. Enfim, é um processo algo moroso, mas essencial no início de cada do rali. A diferença é que num Dakar tudo é visto pormenorizadamente, sendo precisos três dias para admitir cada uma das equipas inscritas. Este ano, e apesar de uma ligeira queda no número de inscritos, vão apresentar-se à partida quase 400 concorrentes, entre carros, motos, quads e camiões”, sublinha Carlos Sousa.

Se o dia de ontem foi sobretudo dedicado às muitas equipas sul-americanas, hoje a convocatória alargou-se às primeiras formações europeias, numa jornada onde se apresentaram 76 motos, 7 quads, 61 carros e 28 camiões, além dos vários veículos de assistência, num total de quase 250 verificações. “Apesar de toda a burocracia que é preciso ultrapassar, quase fazendo lembrar uma repartição de Finanças, a principal nota vai para o ambiente incrível que aqui se vive, com milhares e milhares de pessoas na rua. É uma autêntica festa e o rali ainda nem saiu para a estrada. Faz lembrar o que se passava em Lisboa, nos três anos em que o Dakar largou de Portugal, com a diferença de Buenos Aires ser uma cidade maior e muito mais populosa”, compara o piloto, cada vez mais ansioso pelo início da prova.

“Nestes últimos dias, passamos o tempo a não saber o que fazer. Apesar das sessões de ginásio e dos briefings com a equipa, sobra muito tempo livre e o que temos é vontade de iniciar já a prova”, confessa Carlos Sousa, num dia em que se desdobrou em entrevistas com a imprensa local e internacional, distribuiu os primeiros autógrafos e reencontrou alguns dos seus adversários, como por exemplo, o norte-americano Robby Gordon, terceiro classificado na última edição.

“É um dos muitos adversários a ter em conta neste Dakar, se bem que os principais candidatos à vitória estejam seguramente nas duas equipas oficiais do pelotão, casos do Carlos Sainz, Nasser AlAttiyah e Stéphane Peterhansel. Mas veremos como correm as coisas até ao dia de descanso, pois acho que só nessa altura será possível perceber o potencial de cada uma das equipas e a forma como elas evoluíram no defeso”, antevê Carlos Sousa, este ano a correr com o número 314 nas portas do seu Mitsubishi.

Além de Carlos Sousa e do seu co-piloto, o francês Matthieu Baumel, cumpriram também hoje as verificações administrativas e técnicas as restantes quatro duplas que completam a estreante JMB Stradale Off Road.

Propriedade do francês Nicolas Misslin e tendo como “team-manager” o experiente Dominique Serieys, um dos grandes responsáveis pelo impressionante recorde de 12 vitórias da ex-equipa oficial da Mitsubishi, a JMB Stradale Off Road terá neste Dakar o apoio técnico e logístico de um camião 6x6 de assistência rápida (inscrito na categoriaT4), quatro camiões 4x4 para transporte de peças e mecânicos e ainda quatro jipes de apoio e um quinto para Imprensa, num total de 49 elementos.

CURIOSIDADE DO DIA

A equipa JMB Stradale Off Road, onde está incluído o piloto Carlos Sousa, tem previsto utilizar neste Dakar cerca de 24 mil litros de gasolina e 340 pneus para os cinco carros que disputarão a prova.