sábado, 28 de outubro de 2017

MRacing supera dura Baja Portalegre 500


Equipa coloca dois carros entre os sete melhores 

A MRacing superou a dura e exigente 31ª Baja Portalegre 500, prova que encerrou a temporada da Taça do Mundo e do campeonato nacional da especialidade. Com cinco carros à partida dos quase 500 quilómetros de competição, a formação de Montemor-o-Novo sabia que tinha um desafio exigente mas não escondia a ambição. Luis Recuenco, que acabou em quarto, e Luís Dias, que foi sétimo, ofereceram à equipa um excelente resultado numa corrida marcada pelo elevado nível competitivo.

 Sem chuva, com as temperaturas muito altas e com os pisos totalmente secos, a Baja Portalegre 500 de 2017 foi extremamente exigente para as equipas que se apresentaram à partida. Luis Recuenco foi o melhor representante da equipa. O piloto começou da pior forma, pois capotou a Toyota Hilux logo no prólogo, mas a partir do momento em que recuperou a confiança e o ritmo, começou a subir na classificação e terminou em crescendo.

 Luís Dias esteve em Portalegre para festejar os 25 anos da conquista da Taça Nacional de TT, a competição que daria origem ao actual campeonato português. Em ambiente de celebração, o piloto do Nissan WD01 superou as muitas dificuldades que encontrou e, apesar das dificuldades encontradas no percurso, manteve a consistência para festejar no final.

 Menos felizes foram as três restantes equipas que a MRacing assistiu durante os dois dias de prova. Alejandro Martins andou sempre entre os três primeiros e esteve perto de alcançar um resultado histórico. Quando rodava na segunda posição da geral, um toque numa pedra levou à quebra da transmissão da sua Toyota Hilux e levou à desistência. Também Paulo Rui Ferreira, que até então estava a divertir-se como nunca, teve de terminar mais cedo, depois de ter partido a transmissão direita dianteira do seu carro.

 De regresso à clássica alentejana, Sébastien Vincendeau ficou impressionado com o ritmo que conseguiu imprimir ao volante do Propulsion Addax com duas rodas motrizes. Mas já no final do segundo sector selectivo, o carro capotou. O motor entrou em excesso de rotação e cedeu. De qualquer forma, o francês salienta o prazer que sentiu ao estar de volta à mítica prova do TT em Portugal.

 O responsável da MRacing, Manuel Russo Jr., destacou os resultados alcançados pelos pilotos que terminaram a Baja Portalegre 500. “A corrida foi um pouco agridoce mas não posso deixar de estar contente porque o Luis Recuenco fez um muito honroso quarto lugar atrás do Ricardo Porém, que fez uma excelente corrida e sagrou-se campeão nacional, e dos dois Mini oficiais. Era difícil pedir mais. O Luís Dias celebrou os 25 anos da conquista da primeira Taça Nacional de TT com um positivo sétimo lugar”, afirmou.

 A MRacing participou na prova com cinco carros mas, infelizmente, nem todos conseguiram terminar. “Relativamente aos restantes pilotos, foi uma pena. O Sébastien Vincendeau partiu o motor do carro após um capotanço, enquanto o Paulo Rui Ferreira ficou impedido de viver mais tempo esta experiência fantástica que é correr em Portalegre. O Alejandro Martins podia ter feito um resultado marcante mas as corridas são mesmo assim e temos de saber tirar o que de melhor aconteceu neste fim-de-semana de competição”, sublinhou.

 Alejandro Martins: “Perdi tudo. O segundo lugar no campeonato, o estatuto de piloto prioritário FIA e o segundo lugar na corrida. Bati numa pedra e parti a transmissão do carro. Enquanto andei, diverti-me imenso. As pistas são fantásticas e o carro esteve sempre certinho.”

Paulo Rui Ferreira: “Foi muito bom mas soube a pouco. Partimos a transmissão dianteira direita do carro. Aconteceu ao quilómetro 40 do terceiro sector selectivo. O troço era mais técnico mas não muito duro, ao contrário do da véspera. Estava a divertir-me imenso. A prova é fabulosa, com troços variados. De todas as corridas em que já participei, sejam nacionais ou internacionais, esta é a melhor.”

 Luís Dias: “Condições muitíssimos duras. O sector da manhã correu bem até dois terços. Depois o carro apanhou água e começou a falhar. Não conseguimos resolver o problema na assistência. Fizemos o segundo troço assim. No cômputo geral correu bastante bem.”

 Luis Recuenco: “Esteve tudo bastante bem. O melhor de tudo foi o ritmo de corrida graças à afinação que deixou o carro competitivo. Conseguimos fazê-lo pelo trabalho da nossa equipa, a MRacing do Manuel Russo. Quero, também, agradecer aos pilotos Paulo Rui Ferreira, Luís Dias e Alejandro Martins pela forma como me receberam. Um obrigado ao meu co-piloto pela forma como deu as notas. Os meus parabéns à organização pela prova tão bem organizada e ao muito público presente.”

 Sébastien Vincendeau: “Correu tudo bem até ao quilómetro 75. Estávamos quase no fim do sector. Na passagem pela ribeira, com a água, não via nada e pisei algo que furou o pneu do carro. 300 ou 400 metros, devido a isso, o carro capotou. Quando isso aconteceu, a rotação era muito elevada e o motor partiu. Não deu para continuar. Foi uma experiência curta mas positiva. Estou bastante contente com o carro, foi super positivo. Mas estou triste pela forma como terminou. Tivemos velocidade para seguir os pilotos nacionais. O nível é muito alto.”