Nuno Matos e Filipe Serra são os novos campeões nacionais de Todo-o-Terreno, chegando ao título após um emocionante pódio na Baja Portalegre 500. O piloto do Opel Mokka Proto é o primeiro português a sagrar-se campeão dos agrupamentos T8, T2 e T1.
A 20ª participação de Nuno Matos na clássica alentejana (onde se estreou em 1997 como copiloto do seu irmão) acabou de forma idílica para o piloto de Portalegre. A dupla do Opel Mokka Proto partiu para o último setor seletivo da época (211 kms de extensão) com uma desvantagem de 1m11s para os seus adversários diretos na luta pelo título absoluto, João Ramos e Vítor Jesus. Numa exibição plena de garra e talento, Nuno Matos e Filipe Serra conseguiram anular essa desvantagem e terminaram no derradeiro lugar do pódio, três posições na frente do piloto com quem manteve um duelo de contornos épicos.
Quem ficar à frente é campeão
Esta era a premissa do título antes do derradeiro setor seletivo. Após ter recuperado 27 segundos a João Ramos na secção matinal (com 171 kms), Nuno Matos partiu verdadeiramente ao ataque para o quarto e último Setor Seletivo. A cerca de 65 kms do final, a dupla de Portalegre passou mesmo para a frente dos seus adversários na geral mas a emoção mantevese até ao final, já que o Opel Mokka Proto ainda sofreu um furo e ficou sem direcção assistida... no último quilómetro da prova!
“Isto é verdadeiramente incrível”, referiu Nuno Matos, o único piloto português a sagrar-se campeão dos agrupamentos T1, T2 e T8, além de ter vencido a Taça FIA de Bajas de T2 em 2010. “Acreditámos até fim e andámos no absoluto limite das nossas capacidades e do carro. Era a única forma de recuperar o atraso para o João (Ramos). Furámos no último quilómetro mas vinha tão concentrado que nem percebi. Pouco depois, na última passagem pela ribeira, o carro ficou subitamente sem direcção assistida e pensei que estava tudo perdido. Fizemos um esforço brutal e chegámos ao final completamente exaustos e com o carro a sobreaquecer. Foi incrível mas tudo valeu a pena. Ser campeão nacional e logo em Portalegre é algo indescritível. Era muito mais do que um objetivo pessoal - era um sonho de criança. Toda a gente sabe o que esta prova significa para mim, a ligação que tenho à Baja desde miúdo, quando vinha de bicicleta ver os meus ídolos. Depois este público é verdadeiramente fantástico. Não consigo colocar em palavras o que se sente dentro do carro ao receber todo aquele apoio, ao ver milhares e milhares de pessoas a vibrarem connosco, a fazerem-nos superar todos os limites. O meu obrigado a todos. Quero partilhar este título com a nossa equipa, que fez um trabalho notável nos últimos anos, com toda a dedicação e sacrifício, e com os nossos patrocinadores, pela confiança que depositaram em nós. Também não posso esquecer o João (Ramos), que seria igualmente um justo campeão pelo que fez ao longo da época, e o Miguel (Barbosa), que teve alguns azares mas que continua a ser uma referência deste desporto. Também pela oposição que tivemos, este é um momento inesquecível”, concluiu o piloto alentejano.
A 30ª edição da Baja Portalegre 500 marcou a terceira vitória de Nuno Matos e Filipe Serra para as contas do CNTT, onde esta época já tinham vencido o Rali TT Reguengos de Monsaraz e a Baja TT do Pinhal.
domingo, 30 de outubro de 2016
Nuno Matos faz história em final emocionante: “Ser campeão em Portalegre é algo indescritível”
Publicado em domingo, outubro 30, 2016