Últimas notícias: David Frétigné, múltiplo Campeão de França e campeão do Mundo de Enduro, e também um dos melhores pilotos de moto de rali, estará à partida da 7ª edição do Africa Eco Race, ao volante de uma YAMAHA 1200 Super Ténéré. Um grande acontecimento para a prova, que o piloto francês comenta nesta primeira entrevista.
A ideia de participar no Africa Eco Race já vem do ano passado, mas acabaste por ser obrigado a renunciar à tua participação porque a tua actividade profissional te ocupava o tempo todo. Desta vez tu farás parte da aventura. Como encaras este regresso a África?
Estou muito contente. Estava com vontade de regressar a África, onde obtive muita experiencia e também me diverti muito. Sentia a falta de tudo isso. Com a moto que vou utilizar, que na realidade não foi desenhada para correr, estarei lá sobretudo para viver uma grande aventura. Reencontrar as pistas típicas de África no meio de paisagens de cortar a respiração. Depois, e sobretudo, chegar ao mítico Lago Rosa é sempre mágico. Tudo isso me faz vibrar e quero reencontrar esse ambiente único.
Como vês o Africa Eco Race?
Da parte dos colegas que participaram em automóvel ou moto, só ouvi coisas muito positivas. Uma boa organização, um percurso bonito, um bom ambiente e uma corrida com o espirito dos antigos Dakar. Foi isso que me despertou o interesse em participar. Tive de lutar um pouco para juntar o orçamento necessário, pois actualmente é tudo mais difícil. É isso que explica a minha inscrição tardia.
Vais ter alguma ajuda da YAMAHA?
Claro que sim. Tive uma grande ajuda da YAMAHA Europa. “Vendi-lhes” o Africa Eco Race e o conceito de regressar a Africa com uma moto que marcou a história de YAMAHA, a Super Ténéré. Tinha uma grande vontade de reacender a chama por este género de aventura com este tipo de moto. O Africa Eco Race criou uma categoria 1200 cc, com um percurso ligeiramente diferente para as grandes motos. Vou testar tudo isso e espero que a minha participação seja proveitosa para a prova, pois penso que este tipo de viagem aventura tem futuro.
Achas que é um conceito a evoluir?
Absolutamente. Eu organizo estágios de pilotagem com os proprietários destas grandes motos trail, e há uma verdadeira procura. Estes motards querem os grandes espaços, o deserto, atravessar países, seguir road-books. Não necessariamente em corrida, mas partilhando os bons momentos e o ambiente da competição no bivouac. Penso que o Africa Eco Race poderá ser a prova ideal para este conceito.
Atravessar as dunas ao volante da YAMAHA Super Ténéré, terá algum interesse desportivo?
Honestamente penso que não é possível atravessar as grandes dunas da Mauritânia, com a moto da maneira como ela está preparada. Penso que o René Metge deverá encontrar algumas soluções ao nível do percurso para a categoria 1200 cc. Mas veremos, e é isso que será interessante.
O tempo vai ser muito curto até à partida!
Sim, não vamos ter tempo para nos aborrecer. Estou actualmente em Itália para a preparação da moto. Vai ser uma corrida contra o tempo, mas isso faz parte do desafio. Vou partir somente com o mecânico que desde o início trabalha comigo na Super Ténéré. Encontrámos um lugar num camião de assistência de uma equipa auto. Há uma verdadeira solidariedade que penso ser própria do Africa Eco Race. De qualquer maneira, no dia D estaremos prontos para esta grande aventura africana.
O facto do Africa Eco Race ser o único rali de todo o terreno a partir de França, ajudou-te a tomar a decisão de participar nele?
Claro que sim. Conheço muitas pessoas na zona de Saint Cyprien, pois é nesta região que eu treino para os ralis. Também tenho parceiros que vivem na região. Tenho projectos na zona, uma vez que sou proprietário de um grande terreno no Languedoc Roussillion, e quero lá montar um centro de formação. Por isso o facto de o rali partir de Saint Cyprien, influenciou a minha decisão. Mal posso esperar!