segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Furo e problema com a porta do condutor atrasam Carlos Sousa na segunda etapa


Depois de um excelente e promissor início de prova, ao garantir o sexto melhor tempo
da geral automóvel na etapa inaugural do Dakar 2012, Carlos Sousa enfrentou hoje os
primeiros dissabores na segunda especial cronometrada desta edição, num total de
295 km cronometrados, disputada entre Santa Rosa del Atacama e San Rafael, na
Argentina.

“Foram muitas e pequenas chatices para um só dia”, lamentou o piloto oficial do Team Great Wall Motors, no final de uma dura e muito quente etapa que concluiu em 11º lugar, a 17m08s do mais rápido.

Os contratempos começaram apenas alguns quilómetros após a partida, precisamente
na parte mais rápida de toda a especial, mas onde Carlos Sousa acabou por ceder
preciosos minutos, já que foi obrigado a parar para… trancar a porta do condutor do
seu SUV Haval “que abria a cada solavanco ou mudança de direção. Foi uma situação algo insólita, mas que às vezes sucede até às melhores equipas! Mais do que a paragem, o pior é que perdemos logo o ritmo inicial de corrida e também alguma concentração”, explicou o português à chegada.

Conseguindo, apesar de tudo, estar entre os 10 mais rápidos até sensivelmente meio
da especial, perdendo cerca de 1m52s para o líder virtual até ao km 170, Carlos Sousa
viria pouco depois a protagonizar nova e prolongada paragem em pista, desta vez
devido a um furo:
“Foi um pouco antes da passagem pelas dunas, numa zona de muitos ressaltos e ondulações e numa altura em que as suspensões perderam alguma eficácia devido ao muito calor. Aqui sim, perdemos muito tempo, talvez cerca de 7 a 8 minutos, porque tinha a porta do meu lado trancada e tive que sair do carro pelo lado do navegador. Foi uma operação algo demorada e desgastante do ponto de vista físico, já que no exterior estavam cerca de 45 graus…”, acrescentou Carlos Sousa, que voltou a manifestar algum desconforto em relação à posição de condução do seu carro.

“Até final da etapa, forçamos um pouco o andamento e conseguimos recuperar algum do tempo perdido. Contudo, já na parte final, numa zona de pedras, decidimos não arriscar com receio de mais furos. Enfim, foi uma etapa que não deixará muitas saudades, pela sucessão de pequenos problemas que tivemos de
enfrentar desde início e que nos retirou alguma concentração. Mas amanhã é um
novo dia e o tempo perdido nesta fase ainda não é preocupante face aos nossos
objetivos”
, concluiu o piloto português, que após esta segunda etapa baixou à 11ª posição da geral, embora a apenas 1m54 de um lugar no Top-10.
Para amanhã, terça-feira, as dificuldades tendem a aumentar na etapa que ligará San
Rafael a San Juan, numa distância de 499 km, dos quais 208 correspondem ao terceiro
setor cronometrado deste Dakar 2012.

Na aproximação à Cordilheira dos Andes, as paisagens prometem ser sumptuosas, mas
o dia promete ser de muito trabalho para pilotos e navegadores, quer pela
concentração que se exigirá nas estreitas pistas de montanha, quer pela peripécia que
se aconselha nas passagens pelos muitos rios, onde as pedras devem ser evitadas a
todo o custo.

CLASSIFICAÇÃO – ETAPA 2

1º Peterhansel/Cottret MINI 2h48m12s
2º Gordon/Campbell Hummer a 1m48s
3º Holowczyc/Fortin MINI a 2m37s
4º Roma/Périn MINI a 3m21s
5º De Villiers/Von Zitzewitz Toyota a 3m43s
(…)
11º SOUSA/GARCIN GREAT WALL a 16m24s

GERAL APÓS ETAPA 2

1º Peterhansel/Cottret MINI 3h20m33s
2º Gordon/Campbell Hummer a 2m28s
3º Holowczyc/Fortin MINI a 2m33s
4º De Villiers/Von Zitzewitz Toyota a 3m49s
5º Roma/Périn MINI a 5m32s
(…)
11º SOUSA/GARCIN GREAT WALL a 17m07s