sábado, 30 de outubro de 2010

Campos e Holowczyc garantem títulos


Kryzstof Holowczyc, na Taça FIA de Bajas, e Filipe Campos, no Campeonato Nacional, acabam por ser os pilotos com maiores motivos para festejar no final da 24ª edição da Baja BP Ultimate Portalegre 500, corrida sob difíceis condições atmosféricas, com a chuva a tornar a tarefa dos concorrentes ainda mais dura. O polaco juntou ainda a vitória na prova, garantindo o seu primeiro sucesso em Portugal.

Holowczyc partiu com oito pontos de desvantagem sobre o russo Boris Gadasin e praticamente só a vitória lhe interessava. E as coisas nem pareciam correr de feição para o piloto da Nissan Navara, pois Miguel Barbosa, que alinhava precisamente com o mesmo objectivo, começou por dominar o prólogo e depois impor-se no primeiro sector selectivo do segundo dia de prova, ampliando a sua vantagem na frente da classificação.

No entanto, a mecânica do Mitsubishi não colaborou e Miguel Barbosa acabou por partir a correia do alternador, ficando sem carga de bateria e sendo obrigado a desistir. Com Filipe Campos atrasado no SS2 com um furo e imprimindo um andamento mais tranquilo a partir do momento em que Barbosa parou, Holowczyc acabou por ascender ao primeiro lugar e, com a desistência de Gadasin - problemas de pressão de combustível - acabou por conquistar um merecido sucesso que lhe garantiu a conquista da Taça FIA de Bajas.

“Foi incrível esta tarde", começou por afirmar Holowczyc. "Nunca tinha visto tanta água na vida. Parece que entrámos numa poça de água no início da especial e saímos no fim. Era muito fácil cometer um erro. Era um sector para quem tem sensibilidade, uma vez que não era fácil perceber onde era o limite. A organização foi perfeita, tenho feito muitas corridas e nunca vi um road-book tão perfeito, só não conseguem controlar o tempo. Estou muito contente com esta vitória."

Quanto a Filipe Campos, confirmou em pleno o favoritismo que lhe era atribuído à partida da prova e, com o segundo lugar final, revalidou justamente o título nacional que ostentava: “Esta tarde foi muito difícil. Entrava água por todo o lado e o pára-brisas deixou de funcionar e por isso o Jaime (Batista) tinha que ir sempre a carregar no botão. Foi muito complicado, mas cumprimos o objectivo que tínhamos que era revalidar o título e por isso estamos muito satisfeitos. Sabíamos que este percurso da tarde faz menos lama, mas que acumula muita água, mas nunca tinha visto nada assim”.

Excelente a actuação do espanhol Joan Roca Vila, que levou a sua Mitsubishi ao último lugar do pódio, enquanto o já campeão da categoria T2, Ricardo Porém, confirmou o título com mais uma vitória no agrupamento, depois de Nuno Matos ter liderado durante bastante tempo, mas acabando por ser eliminado numa tentativa de ultrapassagem a Pedro Grancha, que seguia com problemas, com os dois carros a tocarem-se e a ponteira de direcção do Isuzu de Matos a ceder.


Terceira vitória para António Maio

O prematuro abandono de Ruben Faria e o atraso de Paulo Gonçalves fez com que a luta pela vitória fosse uma discussão entre António Maio e Mário Patrão. Na fase inicial o piloto da Yamaha teve dificuldade em encontrar o melhor ritmo e chegou ao CP1 a perder 21 segundos para Patrão.

Depois os pilotos das duas rodas entraram numa zona do percurso em que o piso estava já bastante deteriorado pela passagem dos automóveis, e aí Maio conseguiu aumentar o ritmo e inverteu a classificação, passando para a frente por apenas dois segundos quando faltavam cerca de 90 quilómetros para o final. A partir daí foi sempre ao ataque e beneficiou dos problemas de Patrão para alargar a vantagem e vencer a corrida.

No final António Maio estava bastante satisfeito. “Foi uma corrida difícil. Não me consegui encontrar na fase inicial, os braços incharam um pouco e estava com dificuldades. Depois quando entrei na zona do percurso em que os pilotos do carro já tinham passado, ataquei. O piso estava muito estragado, ainda caí, mas na chegada à assistência 4 apanhei o Mário Patrão e a partir daí vim sempre a fundo. Foi uma corrida dura e difícil, mas estou muito contente por ter ganho”.

De referir que António Maio inscreveu pela terceira vez o seu nome na lista de vencedores - depois de ter ganho em 2007 e 2008 e ser segundo no ano passado.

Mário Patrão começou por comandar mas, na parte final, teve problemas de travões e não conseguiu resistir ao forcing de António Maio. “Foi uma boa corrida, difícil, com zonas com o piso já muito mau. Foi pena ter ficado sem travões na parte final, o que fez com que caísse duas vezes e por isso optei por controlar o andamento e terminar em segundo, que acaba por ser um bom resultado”.

Paulo Gonçalves abandonou a cerca de 50 Km do final, quando era um confortável terceiro classificado, com problemas eléctricos na sua BMW. Deste modo, David Megre fechou o pódio, mas já a mais de 23 minutos dos dois da frente, demonstrando que o ritmo de quem lutou pela vitória era claramente outro.