quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ruben Faria e Cyril Despres continuam juntos


Ruben Faria e Cyril Despres estiveram ontem em Lisboa para uma conferência de imprensa da equipa Red Bull KTM após a vitória do francês na edição 2010 do Dakar. Numa manhã solarenga mas bastante fresca, e depois de uma viagem de avião sem a companhia da sua bagagem, Cyril Despres não pôde desta forma mostrar aos jornalistas e fãs presentes na Doca de Santo em Alcântara o pesado troféu de vencedor da prova, que recebeu pela terceira vez no passado dia 15 de Janeiro em Buenos Aires, um dia depois do final de mais uma edição da mitica maratona, realizada pelo segundo anon a América do Sul.

‘Foi uma pena’ confidenciou o bem disposto piloto. ‘Queria que todos pudessem ver o troféu que conquistámos na Argentina e partilhar esse mesmo símbolo com os fãs portugueses, mas são situações que estão fora do nosso controlo.’ afirmou ainda Despres, depois de se ter socorrido da roupa casual da equipa pertença de Ruben Faria. ‘Felizmente que ele trouxe mais algumas peças com ele, porque tudo isso está na minha mala que não sei be monde está.’

Sem perder a boa disposição do gaulês, que esteve apenas por algumas horas na capital portuguesa, não deixou de visitar os famosos Pasteis de Belém ‘…fiquei maravilhado com os pasteis quando o Dakar partiu de Lisboa e sempre que venho até cá tento sempre ir lá comer um.’ Confidenciou igualmente Despres ao mesmo tempo que se revelava um apaixonado pelos azulejos existentes um pouco por toda a cidade.’São magnificos.’

De forma descontraída e bastante relaxado, Despres falou do Dakar que venceu há menos de duas semanas, como ‘…o resultado de um intenso e bem escalonado trabalho de casa. Para mim não existe a sorte de vencer e esta terceira vitória no Dakar é o reflexo do trabalho de uma equipa coesa e não se deve apenas a mim como piloto. Todos estiveram a 100% no seu papel dentro desta equipa e no final todos venceram.’

Em relação ao futuro, Despres não anunciou grandes novidades, referindo apenas que ‘…quero continuar a ter o Ruben na minha equipa não apenas no Dakar mas ao longo de todo o ano. No Dakar 2011 quero estar com ele ou então ficamos os dois em casa.’ Palavras de Despres que evidenciam o nível de cumplicidade entre os dois pilotos.

‘Pela primeira vez escolhi o meu mochileiro e posso afirmar que encontrei não apenas um piloto rápido mas também um excelente ser humano e isso é mais importante do que ter apenas um piloto rápido. O Ruben foi uma peça fundamental no resultado, como todos os outros e ele não foi 11º no final da prova, ele venceu, tal como o Team Red Bull.’

Para Ruben Faria o resultado final foi igualmente satisfatório e encara o futuro de forma tranquila, não se sentindo incomodado com o facto de ser segundo piloto da equipa. ‘Não vejo qual o problema. O que mais gosto de fazer na vida é andar de moto e neste momento estou a fazer isso mesmo, ao lado de um grande piloto e com uma grande equipa. Aprendi bastante neste Dakar e é isso que quero continuar a fazer. Sinto-me um felizardo porque faço aquilo que gosto, que mais posso pedir. Neste momento quero aprender para no futuro podes aspirar a vencer uma prova como o Dakar, mas tenho que seguir a ordem natural do processo de aprendizage, como o Cyril igualmente o fez anteriormente.’ revelou o piloto da Vodafone aos jornalistas presentes.

Quanto à continuidade com a equipa, Faria mostra-se naturalmente satisfeito com essa realidade. ‘É bom poder estar junto de pessoas com este nível de profissionalismo e empenho. Eles querem vencer tanto como eu e isso é muito bom.’
Com ambos os pilotos a evidenciarem o elevado espirito de grupo que existe em toda a equipa, a boa disposição foi uma constante ao longo da conferência de imprensa que ambos promoveram na capital portuguesa e o facto de em 2011 o Dakar poder rumar novamente ás pistas africanas ambos foram claros nas suas respostas.

‘Sentir novamente o que senti em 2008 depois de dez meses de preparação para a prova não quero.’ refere Despres. ‘Quero um Dakar com quinze dias, duro, com areia, pedra, lama, exigente sob todos os aspectos como aquele que tivemos em 2010. Se a organização o assegurar, o Dakar pode ser em qualquer parte do mundo.’ Opinião igualmente partilhada por Ruben Faria que reforçou ‘…o que gostamos é de competir de moto fora-de-estrada e é isso que queremos fazer, seja onde fôr. África tem uma outra magia, sem dúvida, mas queremos segurança e bons percursos, como os da Argentina. Se nos garantirem isso, vamos competir em qualquer parte do mundo, sempre juntos e para vencer. É para isso que lá estaremos.’