segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Fina Roman, a espanhola mais premiada do Dakar


• Conseguiu dois nonos lugares e dois títulos na categoría 6x6, nos seus quatro anos como navegadora do KH-7 Epsilon Team.

Fina Roman foi consagrada na trigésima segunda edição do Rally Dakar, como a espanhola mais premiada naquele que é considerado o raid mais duro do mundo. Esta almeriense de nascimento, mas residente na localidade gerundense de Pals desde há muitos anos, conseguiu ontem o seu segundo título na categoria de camiões 6x6 depois de terminar na nona posição absoluta, como navegadora do KH-7 Epsilon Team.

Para ela esta foi a sua quarta participação ao lado de Jordi Juvanteny e José Luis Criado, nos oito Dakar em que participou, seja em viaturas de assistência ou de competição.

Os que a conhecem descrevem-na como uma mulher de carácter, aventureira e muito competente na sua missão de navegadora. A paixão pelo Dakar vem do tempo em que conheceu o seu marido, Josep Mª Serviá, que lhe abriu as portas de África e da competição. A vida levou-os a inverter os papeis e “agora é ele quem me segue, já que está há três anos sem competir”, brinca.

O mundo das corridas começou para Fina há uma década, quando teve a oportunidade de ir nos veículos de assitência da equipa de Schlesser, primeiro como “mulher de, o que sempre envolve algum receio, ainda para mais numa equipa francesa quando, naquela altura, não sabia dizer uma palavra na sua língua, mas em pouco tempo fiquei bem integrada. Encantava-me tudo o que dizia respeito aos raides, aventura e competição e fui-me interessando cada vez mais, até que um dia o Jean Louis Schlesser me convidou para levar um carro de assitência”.

Fina colocou mãos à obra, aprendeu a falar francês, a navegar com um GPS e a intrepretar os road-book. Foi assim que descobriu uma faceta “que estava escondida dentro de mim e que fui desenvolvendo até que dei o salto”, em 2006, daquele que foi por três vezes o vencedor do Dakar, para passar a competir na categoria de camiões, como navegadora no Epsilon Team de Jordi Juvanteny e José Luis Criado.

Nessa primeira ocasião não conseguiu chegar ao fim devido a ter-se partido uma transmissão na Mauritânea. Em 2007 sucedeu algo parecido, mas muito antes, quando o Dakar não havia feito mais que pisar Marrocos. O primeiro êxito conseguiu-o em 2008, ao triunfar, juntamente com os seus companheiros, na categoria 6x6 do Dakar Series na Hungría, mas mais importante foi o título de campeões de seis rodas motrizes e o nono posto absoluto, conseguido no primeiro Dakar sul americano.

Este ano repetiu o resultado, na única competição em que participou, se bem que Fina não tenha estado de braços cruzados. Juntamente com o seu marido, esteve encarregue de preparar o road-book do Africa Eco Race durante dois meses, atravessando Marrocos, Mauritânea e Senegal. Não é um trabalho novo para ela, já que o tinha feito também no ano anterior.

“Agora quero regressar e passar algum tempo junto da minha família, porque entre uma coisa e outra, estive muito tempo fora de casa embora, para dizer a verdade, não me importava de recomeçar a corrida. Este Dakar foi muito duro fisicamente porque as etapas eram demolidoras, tanto para nós como para o camião. Pelo menos atingimos o nosso objectivo e sinto-me muito feliz por ter conseguido terminar uma corrida tão dura e pela forma como a enfrentámos. Os três formamos uma grande equipa”, comenta esta mulher ,orgulhosa do seu segundo título no Dakar.