domingo, 17 de janeiro de 2010

Carlos Sousa recebeu hoje o troféu para melhor equipa a gasolina


Ponto final na 32ª edição do maior rali do mundo. Após 15 dias de corrida e 4.806 quilómetros disputados contra o cronómetro, Buenos Aires consagrou hoje, ao início da tarde, os heróis do Argentina-Chile Dakar 2010. Naquele que foi o melhor ano de sempre das cores nacionais – Hélder Rodrigues foi quarto da geral nas motos – Carlos Sousa superou as melhores expectativas ao conquistar para Portugal um soberbo sexto posto da geral, sendo apenas batido por cinco carros oficiais. Hoje subiu ao pódio para receber o troféu correspondente à vitória no Grupo T1.1, aquele que consagra a melhor equipa do Dakar num carro a gasolina…

Com o sentimento de dever cumprido e enorme satisfação pelo resultado alcançado, Carlos Sousa deu hoje por finalizada a sua participação no Argentina-Chile Dakar 2010.
De regresso ao ponto de partida, o português recebeu ao início desta tarde, no complexo La Rural, em Buenos Aires, o troféu correspondente à vitória no Grupo T1.1 – a categoria que, por tradição, está reservada às equipas que utilizam viaturas 4x4 equipadas com motor a gasolina.

“Está longe de ser apenas um prémio de consolação. Após dois anos de ausência, chegar aqui e estar novamente ao nível dos melhores é algo importante e que me deixa muito orgulhoso. A questão do restritor e da caixa de velocidades é um facto que não posso ignorar, pois sabia que não podia cometer qualquer erro e tinha de dar o tudo por tudo a cada etapa. A minha motivação era ficar à frente dos outros, porque bater-me com os carros diesel das equipas oficiais era realmente impossível. Mesmo assim, e como alguém lembrou, deixei atrás de mim o vencedor e o terceiro classificado da última edição. Nada mau, pois não?” – questiona Carlos Sousa.

Antigo director desportivo da equipa oficial Mitsubishi, Dominique Serieys fez também questão de enaltecer o resultado do piloto português e também da equipa que passou a dirigir este ano: “Como previ desde o início, o Carlos (Sousa) foi o nosso piloto de ponta e aquele que, pela sua experiência, capacidades técnicas e ritmo, tinha as condições para fazer o melhor resultado para a equipa, isto apesar de guiar o carro mais limitado, o que é ainda mais de enaltecer. De resto, importa sublinhar que a JMB Stradale Off Road foi a única equipa do pelotão a colocar os seus cinco carros à chegada, respectivamente em 6º, 9º, 10º, 12º e 13º da classificação geral, no que tem ter de ser considerado um grande resultado para uma primeira participação”, sublinhou o técnico francês.

De regresso a Portugal já na próxima terça-feira, pelas 15h30, Carlos Sousa garante que não teve ainda tempo para pensar no seu futuro mais próximo: “Sinceramente, ainda não pensei no que vou fazer este ano em termos desportivos. O meu futuro é ainda como um papel em branco, mas é claro que fiquei muito satisfeito com a minha prova e com a reacção que algumas pessoas tiveram para comigo à chegada. Por exemplo, toda a equipa Volkswagen fez questão de vir dar-me os parabéns pelo trabalho que fiz… E também troquei algumas impressões com o Sven Quandt (patrão da equipa X-Raid) e o próprio Robby Gordon”, revelou o piloto.

“Mas apesar deste sinal de reconhecimento, nem eu sei se estou disposto a continuar e passar novamente por tudo aquilo que passei no passado. Gostei de fazer esta corrida e de chegar aqui sem pressões. Mas, neste momento, não sei qual será a minha decisão futura. A minha única vontade agora é mesmo regressar a casa, descansar e estar com a família”, concluiu o piloto após deixar o pódio em Buenos Aires.