quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Carlos Sousa cuida do físico e conta as horas para o início da prova


Piloto cumpre hoje as obrigatórias verificações administrativas e técnicas

Tudo a postos em Buenos Aires para o início da 32ª edição do maior rali do mundo. Na Argentina desde o último domingo, Carlos Sousa diz-se “ansioso” pelo dia da partida, aproveitando a espera para se adaptar ao fuso horário e cuidar do físico no ginásio do hotel, com ”vista privilegiada” para o pódio da largada promocional, no próximo dia 1 de Janeiro.

Quando já faltam apenas três dias para o arranque oficial do Argentina-Chile Dakar 2010, Carlos Sousa aproveita as últimas horas de folga para cuidar do físico, ambientar-se ao novo fuso horário (menos três horas que em Portugal Continental) e tratar dos últimos pormenores com a decoração do carro. “Estou ansioso pelo início da prova e mal vejo a hora de estar ao volante do Mitsubishi Racing Lancer. A expectativa é cada vez maior, também porque já comecei a respirar o clima de competição que se vive um pouco por todas as ruas e avenidas de Buenos Aires”, revela Carlos Sousa, a poucas horas de iniciar a sua 12ª participação num Rali Dakar, a primeira no continente sul-americano.

“Na verdade, e mesmo que o tentasse, seria impossível abstrair-me do ambiente da prova. É que o hotel onde está instalada toda a equipa fica mesmo em frente ao famoso Obelisco da Avenida 9 de Julho, enquanto a varanda do meu quarto tem mesmo vista privilegiada para o pódio que servirá de palco à partida simbólica”, acrescenta o piloto da JMB Stradale Off Road, a formação que herdou toda a estrutura técnica e humana da ex-equipa oficial Mitsubishi.

Há um ano, recorde-se, a partida do rali reuniu cerca de 100 mil pessoas na longa Avenida 9 de Julho. “A expectativa da Organização é repetir ou mesmo superar a enchente da última edição. Apesar de esta ser a minha estreia neste novo formato, já pude confirmar na rua a grande paixão que os argentinos nutrem pelos desportos motorizados, tal como já me tinha avisado o Carlos Sainz. Sem dúvida, vive-se aqui já um grande ambiente de festa”, confirma Carlos Sousa, a grande esperança portuguesa para um bom resultado.

“O objectivo é andar sempre o mais próximo possível do grupo dos mais rápidos e procurar cimentar um lugar dentro do top-10. Se conseguisse repetir o sétimo lugar das últimas três edições em que participei, confesso que já ficaria bastante satisfeito. Contudo, o Dakar é uma corrida muito longa e imprevisível e todos os pormenores vão fazer a diferença. Estando agora incluído numa equipa privada, sem os meios das principais formações de fábrica, e ainda por cima limitado por um injusto ‘handicap’, as ambições terão de ser mais realistas. Mas tudo vai depender da forma como a corrida evoluir desde os primeiros dias e da posição em que nos encontrarmos à chegada ao dia de descanso”, analisa o piloto, já com sete resultados no top-10 no cômputo das suas 11 participações.

Na Argentina desde o último domingo, Carlos Sousa tem aproveitado os dias para apurar a forma física no ginásio do hotel: “Desde que cheguei a Buenos Aires, as manhãs têm sido passadas no ginásio a preparar o físico. São duas horas intensas, mas que também têm servido para conhecer melhor a equipa e trocar algumas impressões com os meus colegas da JMB Stradale Off Road. Psicologicamente, vivo para já uma mistura de sentimentos: por um lado, de expectativa, por desconhecer em absoluto o novo figurino do rali; por outro, de ansiedade, por já não disputar a prova há dois anos”.

Já perfeitamente adaptado ao clima argentino – “hoje estão cerca de 28 graus mas ontem, curiosamente, choveu o dia todo” – e até à gastronomia local – “não muito diferente da comida portuguesa” –, Carlos Sousa esteve hoje a ultimar a decoração do seu Mitsubishi Racing Lancer MRP 10, para amanhã, a partir das 17h15 locais, ultrapassar as últimas formalidades oficiais antes da partida, com a presença nas obrigatórias verificações administrativas e técnicas.

De resto, e contrariamente ao que chegou a estar previsto, o piloto português não realizará qualquer “shakedown” à viatura de prova: “Vai ser uma entrada a frio. Mas nada de grave. Deixo a adaptação ao carro para o primeiro dia, composto por uma ligação de mais de 300 quilómetros entre Buenos Aires e Cólon, o local de partida da primeira especial do rali”, finaliza Carlos Sousa, pela primeira vez a fazer dupla com o francês Matthieu Baumel.