
Depois da entrevista a Guerlain Chicherit e Filipe Campos o “MaisTT” continua a comemorar o 1º aniversário com mais uma entrevista, desta feita a Hélder Oliveira, piloto que disputou este ano a Taça do Mundo, com a equipa Tecnosport, onde foi o 5º classificado.
Hélder Oliveira é natural de Barcelos e nasceu a 23 de Setembro de 1975. O piloto tem já dois títulos no seu palmarés, 1 campeonato nacional de T1 e 1 campeonato ibérico da mesma categoria, conquistados ambos no mesmo ano.
Há algum tempo que te vemos correr no TT nacional, há quanto tempo ao certo andas nestas "andanças"? E com que idade iniciaste e porquê?

Os teus planos para este ano passavam pela taça do Mundo e terminaste o campeonato na 5ª posição, achas que os objectivos foram cumpridos?

No início do ano, tínhamos optado pelo T2 mas durante a época várias situações fizeram-nos mudar para o T1. A prova em Abu Dabhi não correu da melhor forma e não conseguimos marcar pontos. Por outro lado, um contratempo profissional não me permitiu estar à partida da Tunísia. Desta forma, era matematicamente impossível vencer a Taça do Mundo, pelo que resolvemos, juntamente com a Tecnosport, participar no Transibérico com um carro mais competitivo.
Penso que o 5º lugar final acabou por ser um resultado muito positivo.
Actualmente ocupas também a 2ª posição no troféu Ibérico de Todo-o-Terreno. Vais lutar por este título?
Infelizmente não tenho condições para o fazer. Não temos orçamento para nos deslocar à próxima prova em Espanha (também não estivemos em Aragon) e ainda não está confirmada a presença em Portalegre.

Neste momento ainda não temos nada definido. A actual prioridade é tentar angariar o orçamento necessário para participar no Dakar Argentina-Chile com o Pathfinder da Tecnosport. Mas não está fácil. Faltam-nos cerca de 30% do orçamento e o tempo urge…
Há alguma possibilidade de trocares o "Dakar" pelo

A Tecnosport optou claramente pelo Dakar o que obviamente influenciou a minha decisão. No entanto, eu também penso que uma eventual participação nesta prova me permitirá dar mais retorno aos patrocinadores.

As provas da Taça do Mundo são bastante diferentes umas das outras. Sem considerar o Dakar, que não faz parte desse campeonato, e ao nível das provas de grande extensão, a minha prova preferida em África é a Tunísia. A variedade dos pisos que encontramos faz com que seja uma excelente preparação para quem ambiciona participar no Dakar. Ao nível das provas mais pequenas, tipo Baja, sem dúvida que o nosso Transibérico é a minha preferida e a melhor organizada.
Nas últimas provas em que tens participado, tens utilizado o Nissan Pathfinder da Tecnosport. O ano de 2010 passa por este carro ou é altura de dar mais um salto?
O que eu gostaria mesmo era conseguir reunir as condições para disputar o CPTT, com o objectivo de lutar pelo título. Mas, em alternativa, um programa internacional com o Pathfinder também me agradaria.
Qual foi o carro que mais gostaste de pilotar? Porquê?

O Pathfinder 4.0 da Tecnosport. Essencialmente devido ao comportamento do carro, visto ter sido o único carro com chassis tubular e suspensão independente às quatros rodas que conduzi até hoje.
Como não posso deixar de perguntar, qual a tua opinião sobre este novo "Dakar" na América do Sul?
Na minha opinião, o verdadeiro Dakar terá sempre que ser em África. No entanto, penso que ao longo da prova na Argentina e no Chile os concorrentes contactaram com paisagens fabulosas. Ao nível organizativo, parece-me que o primeiro ano correu bastante mal pelo que a ASO terá que fazer várias alterações em 2010.

O Transibérico foi a prova que mais satisfação me trouxe até agora. Nas últimas 3 edições fui 6º, 4º e, este ano, 2º classificado da geral, numa prova da Taça do Mundo onde estão normalmente envolvidas mais do que uma equipa oficial. Este ano, o resultado foi ainda mais fantástico por ter sido o primeiro português.
Para finalizar gostaríamos que nos contasses uma historia mais feliz ou caricata na tua vida como piloto.
A situação mais caricata que me recordo aconteceu nas 24 Horas de Fronteira, no ano em que participei com o Nissan Patrol GR da Promotech, juntamente com o Santos Godinho e com o Marco Tempestini. Tinha chovido muito e as passagens de água estavam bastante cheias. Quando terminei um dos meus turnos de condução, tinha “pescado” na grelha da frente do carro um peixe!!!
MaisTT - Luís Marques e Manuel Cordeiro