Terminada que está a HunGarian Baja, é sem qualquer surpresa que publicamos que o vencedor foi Leonid Novitskiy. Há algumas semanas atrás ninguém diria que o Russo iria ter a vida tão facilitada, mas há medida que o dia da corrida se foi aproximando, os nomes dos possíveis participantes não foram aparencendo, e até alguns que anunciaram a sua participação, caso de Peterhansel que era esperado em Gyor, não compareceu.
Assim, face a uma lista de adversários reduzida, Novitskiy tinha apenas em Boris Gadasin o seu principal adversário. No entanto um mau acerto do carro de Boris Gadasin acabou por permitir que o maior adversário do piloto da X-Raid viesse de outro piloto com um BMW X3, o Checo Miroslav Zapletal. De facto o andamento de Zapletal surpreendeu tudo e todos no primeiro sector, embora se possa dizer que os outros estavam a ser cautelosos, a verdade é que em pista o X3 de Zapi passou muito mais rápido.
A prova começou ao final do dia de sexta feira, com a disputa de um muito quente e empoeirado prólogo junto a uma pista oval nas proximidades de Gyor. Neste sector o vencedor foi Novitskiy, seguido de Zapletal e de Boris Gadasin.
No sábado foram disputados quatro sectores que percorreram dois troços duas vezes cada 1. As pistas deste dia intercalavam entre pistas abertas em zonas de cultivo, e pistas muito, e sublinhamos muito, fechadas em zonas de floresta. Estes troços de floresta foram a principal complicação que os pilotos tiveram pela frente, pois a reduzida largura da pista, a copa das árvores a formar um túnel verde, e o muito pó que persistia em ficar sobre a estrada tornavam a condução um verdadeiro desafio. Vários pilotos queixaram-se também da falta de cooperação dos que os precediam, em alguns casos eram facilmente alcançados e depois não consentiam a ultrapassagem, nem mesmo perante o insistente tocar do Sentinel. Houve situações que em desespero de causa, o piloto que seguia atrás teve que "bater" na traseira do da frente para o poder ultrapassar.
As matas cobraram também a sua quota em peças e carros danificados, uns que puderam ser reparados e outros que tiveram que parar. A vítima que melhor conhecemos em Portugal talvez seja o Danisi Dust Devil que teve que parar logo pela manhã com uma roda arrancada por uma árvore um pouco mais "sólida".
No final do primeiro dia já era Leonid Novistkiy de liderava, depois de lhe ter passado o "adormecimento" inicial. Seguia-se Miroslav Zapletal também com um BMW X3 e só em terceiro Boris Gadasin, cujo proto não estava devidamente afinado e lhe complicava a condução. Em quarto e quinto, apareciam os primeiros Húngaros, Fazekas em quarto com o X5 proto e em quinto Szalay com o imponente Antara... que agora é um Chevrolet Blazer.
O último dia da prova não trouxe grandes novidades. Os mesmos troços, os mesmos problemas, mas com a única diferença que os troços apenas foram percorridos uma vez. De qualquer forma os mais rápidos continuaram a ser os mesmos. Só que desta vez, Gadasin com as afinações dos seu proto já rectificadas, conseguiu andar (muito) mais rápido e subiu ao segundo lugar no final da prova, relegando Zapletal para terceiro. Na frente Novitskiy, talvez por sentir a pressão do seu compatriota apertou o andamento e conseguiu um tempo muito bom no SS6.
Dos que andavam pela frente, neste último dia, ficou pelo caminho Balasz Szalay logo nos primeiros metros do primeiro sector. Uma árvore "carniceira" que já no dia anterior tinha cobrado a sua quota em peças e carros partidos, escolheu para sua vitima de hoje o Chevrolet Blazer do Húngaro, danificando-lhe irremediávelmente a direcção.
Quanto à Nissan Bioextra tripulada por Pal Lonyai, terminou a corrida num excelente sétimo lugar. O piloto, acompanhado por um novo navegador fez uma corrida inteligente e cautelosa, estratégia essa que lhe permitiu para além de um óptimo lugar na geral, ser ainda o terceiro na classificação do campeonato da Húngria. No final, o Húngaro estava muito satisfeito, e disse-nos que:
"Foi uma corrida muito boa, onde conseguimos um resultado muito bom também. Antes da partida o nosso objectivo era chegar ao fim, e por isso nunca andámos demasiado rápido. Graças á minha equipa conseguimos fazer uma prova isenta de qualquer problema mecânico, pois eles tiveram o carro sempre perfeito."
Quanto aos homens do podium, no final Novitskiy disse que:
"No primeiro sector selectivo estávamos um pouco adormecidods, mas é sempre assim nos primeiros sectores. Zapletal não terminou muito longe de nós. Depois no SS6 fizémos um tempo fantástico, e mesmo que tivessemos tido algum problema - penso - iriamos ganhar a prova na mesma. Estamos satisfeitos por causa dos pontos, e por causa da vitória. Agora segue-se outra grande corrida no Egipto."
Boris Gadasin, o segundo classificado disse que:
"Para hoje mudámos algumas afinações no carro, e instalámos uma barra estabilizadora, e com isto voltámos a ter hipóteses de lutar pelos melhores lugares. No final conseguimos ser melhores que Zapletal, embora os resultados dos sectores não demonstrem isso com toda a clareza. O verdadeiro problema foi ter que conduzir no pó. Mas ainda assim sinto-me satisfeito."
O terceiro lugar ficou para Miroslav Zapletal, com o BMW X3 CC:
"Não sabemos bem como mas a transmissão partiu numa altura em que iamos muito depressa. Se isso não tivesse acontecido teriamos feito um tempo espantoso. Depois deste problema apenas pudemos andar devagar. Por isso o terceiro lugar até nem é assim tão mau, mas queriamos mesmo era ter vencido a prova. Espero que tenhamos melhor sorte no Egipto."
Algo resignado por ter sido colocado fora do evento principal devido a um daqueles problemas idiotas que de vez enquando aparecem nas verificações estava Eric Korda, que apenas pode participar no evento Húngaro. Mas o piloto assumiu que mesmo assim queria fazer tempos á altura, e durante todo o evento andou sempre a fundo, realizando tempos que caso a classficação fosse conjunto o teriam colocado nos primeiros 5. Nos troços, bastante curtos, mesmo partindo 10 minutos atrás dos carros do evento FIA, Korda acabou sempre a ter que ultrapassar vários carros em cada um dos sectores. No final disse-nos que o maior problema era o pó, e as ultrapassagens. Por causa disso perdeu a hipotese de lutar pela vitória pois acabava sempre retido atrás de carros mais lentos.
Fonte: todoterreno.pt