Schlesser perde a liderança da Taça do Mundo.
Al-Mutaiwei cumpre objectivos de passar para o 1º lugar.
Disputou-se no passado fim de semana na região de Gyor, Hungria, a HunGarian Baja 2012, prova que integrou a Taça do Mundo FIA de Ralis de Todo o Terreno, o Campeonato do Mundo FIM de Ralis de Todo o Terreno, e ainda o Campeonato Europeu de Bajas UEM, para além dos vários campeonatos locais.
A organização desta prova tem sido particularmente dedicada na tentativa de melhorar cada vez mais este evento. Por isso, esta foi a quarta vez consecutiva com pistas diferentes, se bem que neste ano se tenha repetido a localização do ano passado. Em 2011 os organizadores levaram a prova para Gyor, e desenharam as pistas numa região de colinas circundante, mas que recebeu algumas criticas por ter muitos kms no interior das densas florestas locais. Assim, este ano e para corrigir essa falha as pistas foram desenhadas em redor de uma pequena cidade chamada Kapuvar, percorrendo agora caminhos muito mais largos e abertos. A unica falha destas pistas é a repetição constante de curvas a 90º ás quais se segue quase sempre uma longa recta, no entanto, isto é algo que é mais dependente das caracteristicas dos terrenos do que da vontade da organização, e por isso não pode ser considerado exactamente como um problema.
A prova começou na sexta feira ao final do dia, com os concorrentes a disputarem um curto e rápido prólogo, desenhado nos terrenos de uma zona industrial nas proximidades do Danubio, com os concorrentes a terem mesmo que conduzir algumas centenas de metros junto ás águas deste grande rio.
Boris Gadasin foi o mais rápido na Super Especial, colocando logo a concorrencia em alerta e dando a entender que estava presente para lutar pela vitória. Em segundo lugar ficou o Mini de Al-Mutaiwei e em terceiro Miroslav Zapletal com o Hummer H3. Quanto a Jean-Louis Schlesser, desta vez ao volante do OSCar , ficava-se por um modesto 10º lugar.
No sábado, o dia grande desta prova os pilotos tinham pela frente 4 sectores selectivos: duas passagens pelo sector de 66kms e mais duas pelo de 85 kms desenhados nos campos próximos de Kapuvar.
Um dos motivos de interesse desta prova residia na estreia na Toyota Hilux Overdrive por parte de Erik Korda, que desta vez deixava a sua habitual Nissan Navara na garagem. Ao longo de todo este segundo dia, Korda foi sempre um dos mais espetaculares, senão mesmo o mais espetacular piloto em pista, mas nem sempre a espetacularidade se traduz em resultados e o piloto acabou o dia em sexto lugar. Em quinto lugar terminou o piloto russo Ilya Kuznetsov, ao volante um Mitsubishi Pajero EVO ex-oficial. Um lugar mais á frente ficou o Romeno Costel Casuneanu, com mais um Mistubishi, neste caso um Racing Lancer a gasolina.
No lugar mais baixo do podio de sábado ficou o piloto da casa Karoly Fazekas, que utilizava de forma muito eficaz o seu BMW X5 de motor V8, particularmente adaptado ás condições das pistas locais. O segundo lugar ficou para outro piloto que é quase da casa, o Checo Zapletal que conseguia com o Hummer fazer frente a carros em teoria muito melhores que o seu, e parecia demonstrar que a sua escolha por este carro em detrimento do BMW X3 CC parecia ter sido acertada. Na frente Gadasin liderava a prova com algum á vontade, sem grandes problemas e deixando a concorrencia a uma distância segura.
Quanto á luta pela taça do mundo as coisas estavam no minimo estranhas, considerando as ambições dos pilotos directamente interessados neste campeonato: Al-Mutaiwei terminou o dia num modesto sétimo lugar da classificação. Este resultado aparentemente fraco deveu-se a pelo menos uma saída de estrada durante a prova, quando o pó bloqueou a visão do piloto e este não conseguiu evitar uma saida em frente, tendo perdido alguns segundos para sair da posição em que ficou. Quanto a Schlesser, ao longo do dia nunca pareceu o verdadeiro Schlesser, comentendo inclusivamente alguns erros o que é raro no Francês. A certa altura parecia um piloto de segunda linha. Esta prestação demasiado fraca ter-se-á devido a problemas de combustivel no OSCar, que afligiram o piloto ao longo de todo o dia e motivaram a sua decisão de parar depois do terceiro SS. Schlesser perdia assim a oportunidade de pontuar para a Taça do Mundo, e deixou a porta aberta a Al-Mutaiwei. Poderá ser uma questão de contabilidade, e no Egipto as coisas podem até mudar.
No domingo os pilotos regressavam aos sectores do dia anterior, mas desta vez para apenas uma passagem em cada um deles. Já não eram esperadas grandes mudanças nas classificações, a não ser que viesse a acontecer algum problema e que fizesse atrasar alguém.
Na frente da corrida, Gadasin estava agora em "gestão" da sua vantagem. Com o carro isento de problemas e com as pistas bastante "amigas" do proto, com facilidade Gadasin conseguiria ir-se embora caso isso fosse necessário. Venceu a corrida com uma vantagem de 3m33s sobre o segundo classificado.
O segundo lugar ficou para Fazekas, que atacou nos ultimos sectores na tentativa de ainda conseguir chegar a primeiro. A vitória não foi possivel, mas relegou para terceiro Zapletal e terminando assim numa excelente classificação.
Em terceiro, a mais de 9 minutos de Gadasin, ficou como dissemos Miroslav Zapletal, com o Hummer de motorização Toyota. Comprovou-se que a escolha pelo Hummer foi acertada, mas ainda assim fica a duvida do que teria sido caso ele tivesse optado pelo X3 CC.
Em quarto e quinto ficaram os Mitsubishi's ex-oficais. O primeiro dos dois foi o Racing Lancer de Costel Casuneanu e depois o Pajero Evo de Kuznetsov.
O sexto lugar ficou para Erik Korda, que voltou a ser um dos mais espetaculares em pista, mas que não conseguiu melhorar a sua prestação.
Quanto a Al-Mutaiwei , ficou apenas em sétimo, mas apesar de ser uma classificação "modesta" se olharmos apenas para a geral, foi suficiente para ultrapassar Schlesser na classificação da Taça do Mundo, que era realmente o objectivo do piloto e da equipa.
A Taça do Mundo FIA de Ralis de Todo o Terreno continua já daqui a 2 semanas na Polónia, para a disputa da Baja Poland.
Fonte: todoterreno.pt
