quarta-feira, 13 de julho de 2011

Caravana do "Rota da Seda" cada vez mais curta

Bastaram três etapas no Rali Rota da Seda para que um terço dos concorrentes ficasse pelo caminho. Numa prova com sete especiais, à partida para a quarta etapa apenas se apresentaram 60 dos 95 participantes em automóvel. No camiões a situação não é tão dramática... aliás é realmente diferente, pois de 35 que arrancaram para o primeiro sector, apenas 2 não se apresentaram hoje.

Serão certamente inumeros os motivos que ditaram uma taxa tão grande de abandonos num rali que em teoria é de resistência e não de sprint. A prova na sua maioria percorre espaços abertos na estepe, com dunas, areia, e muita mas mesmo muita erva.

Porém os primeiros dias atravessaram florestas, rios, campos de cultivo sendo as pistas um pouco mais sinuosas. No entanto, um convidado algo inesperado complicou a tarefa dos pilotos ( e não só) de uma maneira que não seria fácil prever, falamos da chuva. Antes da partida e durante as duas primeiras etapas choveu copiosamente, cortesia das trovoadas de verão. Graças pois a estas chuvas, as pistas que deveriam ser de terra batida e poeirenta, transformaram-se em autênticos ringues de patinagem, com uma lama negra a agarrar-se a tudo e mais alguma coisa. As equipas viram-se assim com a dificil tarefa de conseguir manter os carros na estrada, e obstáculos simples como uma pequena subida depois de um ribeiro ainda menor transformaram-se num dos 12 trabalhos de Hércules.

Tanta complicação associada ao espirito de competição das equipas foram fazendo mossa por entre a caravana com avarias aqui e ali, e alguns acidentes pelo meio ditaram a paragem das muitas equipas, entre as quais obviamente alguns pilotos que se poderiam de alguma forma considerar favoritos. Ontem foi talvez o dia mais nefasto para os que participam no "Rota da Seda" e apesar da chuva ter dado tréguas, a navegação na estepe e muitas ratoeiras na pista acabaram por colocar um ponto final nas aspirações de muitas equipas, o complicar a vida a muitas outras.

Só para mencionar alguns dos nomes que são mais ou menos conhecidos do nosso público e que já ficaram pelo caminho podemos referir por exemplo Boris Gadasin, que parou devido a problemas com a pressão do óleo do seu carro. Mathias Khale, que há pouco tempo esteve em Portugal para participar no Ervideira Rali TT com o SAM Mercedes, e que desta vez tripulava um Buggy SMG também teve que abandonar a corrida logo na primeira etapa. Miroslav Zapletal, o piloto do Hummer (conhecido entre nós por ter adquirido a Strakar que foi de Carlos Sousa) também parou, mas por motivos que até ao momento ainda desconhecemos. Bogdan Novitskiy, outro piloto da G-Force também já está fora.

Por enquanto a corrida é dominada pela X-Raid, seguindo-se uma caravana cada onde ainda vão sobrevivendo pilotos estrangeiros, mas que cada vez são menos, e vao dando assim espaço aos pilotos locais de subir. Talvez pelo conhecimento do terreno, vontade de terminar, ou velocidades mais baixas e mais seguras, os muitos Russos vão conseguindo manter-se em prova. Neste grupo chegam a estar presentes duas equipas com jipes UAZ, pouco conhecido entre nós, mas que foi disseminado um pouco por todo o mundo soviético nos tempos da guerra fria numa altura em que a quantidade era mais importante que a qualidade.